terça-feira, 1 de julho de 2014

Dica de filme: "Teus Olhos Meus"


Quem não gosta de uma bela e sincera história de amor? "Teus Olhos Meus" nos dá grandes minutos de muita música e de amor. Foi lançado em 2011 e dirigido por Caio Sóh, uma produção independente com uma só câmera na mão e a ajuda de alguns amigos atores e atrizes (sem receber cachê, usando como palco a casa de conhecidos; tudo pela arte!)  fizeram nascer um dos mais sensíveis filmes sobre a descoberta do amor, da sexualidade e da busca implacável por um lugar no mundo.

Enredo: E se a vida tropeçasse no destino? E se a felicidade fosse encontrada justamente em um lugar impossível de imaginar? Quanto podemos nos permitir ao novo sem medo de abandonar o passado? Gil é um jovem de 20 anos, questionador de si e do mundo, órfão criado pelos tios. Seu estilo de vida regado a violão, poesia e álcool, gera uma guerra familiar fazendo com que Gil vá embora de casa. Com o violão nas costas, sem rumo, dinheiro ou retaguarda de amigos, Gil conhece Otávio, um produtor musical que mudará seu destino para sempre.

"Teus Olhos Meus" não é um filme militante e isso fica visado desde o início em que torcemos pela felicidade de Gil e Otávio porque, afinal, a história é muito bem narrada e acompanhada de uma trilha sonora única de cada personagem: é impossível não se sensibilizar com este filme. 

Eu preciso dar ênfase na grande atuação de Paloma Duarte e Emilio Dantas que conseguem surpreendem e nos prender com todas as suas emoções... É evidente que o filme é simples porque é feito somente com uma câmera à mão, usando o desfocamento como uma tentativa - bem sucedida - de mostrar o que o filme, de fato, está narrando: a busca pelo lugar no mundo, mesmo que seja por uma "felicidade estranha". "Teus Olhos Meus" pode ser considerado amador por alguns, mas, na verdade: ele é para ser amado. Por fim, Teus Olhos Meus é um dos filmes mais poéticos que alguém pode se permitir assistir.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A mulher e a sua (não) fragilidade


This Woman Took A Photo Of Herself Everyday... por roletadasanedotas

"Ajude-me, eu não sei se posso esperar" é a frase mostrada no final do vídeo extremamente emocionante que essa moça croata fotografou-se durante um ano e o final do vídeo é chocante. Sobretudo, uma visão da realidade a qual vivemos. O governo da Croácia lançou este curta-metragem na tentativa de alertar a sociedade - as mulheres - sobre violência doméstica, psicológica sobre as mulheres que, infelizmente, são vistas como frágeis e desiguais ao homem... O vídeo mostra isto da forma mais bruta e realista de todas: a manifestação das relações entre o poder desigual historicamente "visado" entre homens e mulheres.

É hora de dizer: Chega! Basta. Um não gritado à pleno pulmões sobre a violência doméstica e coercitiva da mulher. Somos livres, somos donas de nós mesmas! Somos, acima de tudo, mulheres.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

"Ma Vie En Rose" e sua crítica social

"Nós vamos nos casar quando eu não ser mais menino".

(Se você não assistiu ao filme, não leia. Brincadeira, mas... Teremos spoiler!)

O Cinema é um grande meio midiático para explorar as questões sociais que todos nós - infelizmente - estamos fadados e, evidentemente, o diretor belga Alain Berliner não deixou de aproveitar e deixar sua marca na sétima arte com o excelentíssimo filme europeu "Ma vie en rose" cujo título remete à canção "La vie en rose" da cantora Edith Piaff, foi lançado em 1997 e recebeu diversos prêmios ao decorrer dos anos. O último prêmio, por exemplo, foi em meados de 1998.

Enredo: Ludovic é um menino introspectivo que causa grande comoção em sua família quando decide se vestir e se comportar como menina. A situação cria uma grande confusão para os familiares e causa estupefação nas pessoas que os cercam.

A temática do filme é extremamente inovadora, visto que, em 1997 o mundo passara por grandes repercussões mundias (Morre a Princesa Diana, nasce a ovelha Dolly e blábláblá) e o Alain resolveu participar do movimento e deixar sua marca cinematográfica com um belo roteiro cheio de diálogos de quebras à moralidade cristalizada da qual estamos fadados, como por exemplo, quando Ludovic escuta uma das grandes frases do filme: "Regras são regras. Não tem que ter idade para entender".



O filme consegue expressar claramente as questões de sexualidade na infância, homossexualidade, identidade de gênero, discriminação social, transexualidade. No entanto, a ênfase é para a sexualidade infantil e a construção de gênero. O que mais choca no filme é a atitude de repressão de familiares, a tentativa falha dos pais de Ludovic de mostrarem à incoerência de seu comportamento e darem um choque de autoconsciência para que Ludovic entenda o seu corpo masculino, a sua posição de homem cis perante à sociedade quando o levam para fazer terapia. Tentativa, por fim, falha.
Eu acreditaria que podemos ver este filme como uma defesa à homossexualidade, porém, a gente sairia do foco central que é, afinal,  está narrando problemas morais e sociais maiores do que a sexualidade.

Quem assiste ao filme, consegue adentrar ao mundo colorido-rosa de Ludovic e emocionar-se com as suas descobertas e com sua recorrente pergunta: "Quem sou eu?". Afinal, quantos de nós já não nos fizemos essa grande pergunta quando éramos mais jovens, não é? Ludovic só desejava ser quem ele sentia ser, porém, teve que ir contra o seu íntimo desejo - partindo da esfera familiar, social e, sobretudo, com os amigos na hora de seu lazer, na escola sempre recebe o mesmo tratamento coercitivo. Em suma, "Ma vie en rose" nos dá questões para refletir: Por que repreender os desejos mais íntimos, por quê negar quem verdadeiramente somos, por quê seguir uma sociedade patriarcal? 
Reconheça as diversidades e aprenda a conviver com elas.

"Minha vida em cor-de-rosa" é um filme envolvente que sensibiliza do começo ao final do filme, vale muito vê-lo! Costumo pensar que alguns filmes nos acrescentam diversas coisas na vida e, claro, nos fazem crescer como pessoas: este filme não fica de fora.

terça-feira, 24 de junho de 2014

O que ninguém sabe sobre ser mãe aos 18

     O que você faria se soubesse que seria mãe? É fato que muitas mulheres chorariam de alegria e algumas poucas chorariam de desespero por inúmeras dificuldades e motivos. Eu, por outro lado, não chorei. Não fiquei feliz e tampouco triste... A verdade é que me mantive indiferente, sem reações e sem repercussões na minha vida emocional. No entanto, pensei na escola, nos amigos, nas festas, na faculdade de Psicologia que sonhava cursar; pensei nas viagens, pensei em tudo que era perdido e toda seria ganho: a vida acadêmica por um fio e a bomba de criar um filho me esperavam.
     Ser mãe para as mulheres consideraras - socialmente - capazes é uma coisa extremamente difícil, imagina, então, para uma "menina" que é socialmente oprimida por ser mãe antes da hora? Infelizmente, a sociedade é cercada de preconceitos e dogmas religiosas na qual mulheres estão sujeitas diariamente... Eu não fiquei de fora. Inúmeras vezes me deparei com comentários preconceituosos (até de familiares): "nossa, mas tão cedo?", "você sabe que não está na hora", "uma criança criando outra criança" e por aí vai. Não existe preconceito apenas contra mães solteiras, existe o preconceito contra mães jovens e isso é extremamente asqueroso, arcaico e, sobretudo, insensível. Não se deve julgar uma vida que está à caminho, em formação, se deve, afinal, dar o apoio incondicional para a gestante para prevenir o impacto social e psicológico que esta gravidez irá trazer. Nesta época da vida, o lazer, estudo e prazer são priorizados de uma forma descomunal e liberativa, mas... E quem repentinamente se viu virando mãe? O que precisa ser priorizado? A fatalidade é: a prioridade precisa ser o filho, trabalhar e sustentá-lo. Sobretudo, amá-lo sem a mágoa do preconceito vivenciado pela mãe.
   A gravidez na adolescência não é nada fácil, porém, se precisa de apoio dos pais e, consequentemente, do pai da criança. Eu tive total apoio de meus familiares e do meu namorado; moramos juntos desde antes da gravidez e permanecemos firmes e fortes, relevando e esquecendo quem nos aponta o dedo para apontar falhas... As críticas, em geral, não acrescentam em nada na vida: as pessoas deveriam aprender a doar críticas construtivas invés de criticar uma situação baseando-se em sua visão/opinião pessoal.
 
O que ninguém sabe sobre ser mãe aos 18 é que somos capazes, somos mães, somos as melhores donas de casa que você já viu e, sobretudo, temos um amor puro e incondicional para dar aos nossos pequenos. O que ninguém sabe sobre ser mãe aos 18 é que embora tenhamos perdido o final da escola, a faculdade e as festas... Nós ganhamos um presente único que nos dá motivo de sobra para seguir em diante: um amor puro sem querer nada em troca.
Ter um filho não é parar sua vida, não é estagnar no tempo... As prioridades mudam, a visão e perspectiva de vida muda, no entanto, você cria e se habitua em uma nova vida.

    Eu sempre achei bobagem essa coisa que amor incondicional, de que o amor materno é o laço mais forte que existe entre duas pessoas e tudo o mais. Porém, depois do meu filho posso afirmar com convicção que a frase: "você só vai saber quando tiver um filho" é verdadeira. Se você for uma mãe jovem como eu ou, talvez, seja uma mãe mais velha ou uma pessoa que possui o preconceito contra mães adolescentes: pare, pense e reflita. O mundo não precisa de mais tristezas do que já se tem.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Para se ouvir a dois: Iron And Wine


Para se ouvir no aconchego do seu amor, juntinho no quarto ou, quem sabe, depois daquela deliciosa noite romântica: Iron And Wine pode cair como uma luva - ou um abraço porque sofrer a dois é melhor do que sozinho. A música acima é "Jezebel" que se tornou a minha favorita ao decorrer do meu conhecimento com a banda... Sente, estique as pernas e escute um dos melhores hinos do folk-rock

Iron & Wine ficou conhecida por sua música "Flightless Bird, American Mouth" na trilha sonora da saga Crepúsculo (particularmente, a melhor coisa do filme).  Iron And Wine é o nome da banda, porém, acabou se tornando o nome artístico (ou projeto solo, whatever) do cantor e guitarrista Seam Beam.  Com o primeiro álbum lançado em 2002 ("The Creek Drank The Cradle), Iron & Wine vem ganhando o seu espaço na musicalidade atual com muito folk, violão, voz e banjo.

sábado, 21 de junho de 2014

Dica de anime: Watamote!

"The most popular period in anyone's life..."


Na estréia do "dica de anime" começamos por um dos melhores animes lançados em 2013:  Watashi ga Motenai no wa Dou Kangaetemo Omaera da Warui! ou para os mais simplistas: Watamote! e em uma tradução mais literal: "não é culpa minha eu não ser popular..." que é um anime inspirado no manga de Nico Tanigawa.

Para a turma que adora anime com aquele quê exótico de humor, uma pitada sombria e estimulante: Watamote deveria estar em sua lista de "assistidos" há muito tempo. É evidente que não se trata de um anime à lá "Ao no Exorcist" ou "Ghost Hound".Afinal, é somente uma garotinha de 15 anos com sérios problemas de sociabilidade.

Enredo: Kuroki Tomoko é uma garota colegial super popular que já teve 50 anos de experiência em encontros com cerca de 100 garotos... no mundo dos jogos para garotas. No mundo real, ela é uma garota de 15 anos que não possui muitas qualidades, uma garota sombria e sem popularidade. Entretanto, quando sua vida escolar não está seguindo como imaginava, ela se olha no espelho pela primeira vez em vários anos e tem revelações chocantes... 

Superficialmente, Watamote é um seriado com um humor leve, dúbio e frustrante. Deparar-se com a vida social falha de uma jovem e o seu mundo particular no qual ela libera a sua imaginação é, no mínimo, perturbador para quem tem um pouco - que seja - de vida social. Kuroki, pelo contrário da descrição do anime, tem uma personalidade forte, uma auto-estima muito elevada e não quer se ver rodeada de pessoas fúteis. Um misto de suspense porque, afinal, é uma comédia que não serve para ser engraçado. Muitas vezes parece um monólogo, um sonho... Um pouco surreal, talvez.

Watamote retrata a vida emocional e perturbada de Kuroki e todos que assistem torcem para a felicidade dela, para sua recuperação emocional... Nico sabe do que fala - ou acerta no que fala. É um anime que merece ser visto e revisto! Assista com a mente aberta e sem anseios... Um anime no qual a direção soube conduzir efetivamente a crítica sobre otakus (porque Watamote faz essa crítica, quem já viu sabe e quem não viu, há de concordar quando assistir) e faz com que a protagonista não se torne uma menina ferrada e, consequentemente, faz com o que anime seja tão melancólico e carismático: Watamote merece seu triunfo!


sexta-feira, 20 de junho de 2014

A realidade de "The Big Bang Theory"


Quantos de nós já não nos vimos em algum episódio da tão aclamada série "The Big Bang Theory"? É evidente que muitos já soltamos um: "já aconteceu comigo!"  quando vemos Leonard vendo Penny pela primeira vez ou, não sei, até mesmo quando Sheldon sofistica o jogo Pedra-papel-tesoura incluindo Spock e Lagarto, talvez? De qualquer modo, o importante é que ao menos uma vez já nos vimos em The Big Bang Theory.
Mas... Por quê gostar tanto de TBBT? É evidente que o gostar é algo estritamente subjetivo. No entanto, existe algo de bem comum: a curiosidade. Eu, por exemplo, quando assisti TBBT achei um pouco sem graça e pensei que se tratava de uma série clichê, com diálogos clichês, elenco superficial e um roteiro baixo. Porém, ao decorrer dos capítulos me vi deparada à um mundo no qual desconhecia. TBBT não é uma tentativa falha de ser um marco de intelecto, ela é feita para ser vendida e revendida. A gente consegue ver e reagir à limitação de piadas que TBBT é feita e a repetição... Me diga, quantas vezes você já os viu falando "Bazinga"? Muitas, não é?
Vejamos... Quando digo que muitos assistem TBBT (aquela galera que não sabe nem o que significa geek/nerd ficou fissurada no seriado; todos temos aquele amiguinho que assiste qualquer coisa e que, não surpreendentemente, gosta de TBBT) pela curiosidade, não minto. A série roda em torno de um universo nerd e nada mais que isto - porém, nas seguintes temporadas o foco vira outro: o relacionamento de seus integrantes. Quem não gostaria de ver a comédia estampada na vida de alguém? Quem mais propício à comédia do que o grupo que outrora era excluído e, agora, está em evidência? Século 21 fez dos nerds/geeks se tornarem padrão de comportamento e porquê? Porque estamos na era da informação.

Mas retomando ao seriado... Sem divagações!

TBBT é repetitiva, exaustiva e, sobretudo, engraçada. O seriado inteiro roda em torno da vida de quatro nerds que não sabem conviver em sociedade e repentinamente se veem calhados à sociabilidade com uma mulher bonitona - e pouco inteligente. O seriado não é nerd, é sobre nerd: em sua mais bruta representação em um estereótipo batido e chato.
Mas... Querendo ou não, este é o intuito do seriado e que soltem às más e boas línguas: TBBT é um seriado para qualquer tribo e para qualquer idade: é engraçado (algumas vezes).


"Eu não sou louco - minha mãe me testou".