terça-feira, 24 de junho de 2014

O que ninguém sabe sobre ser mãe aos 18

     O que você faria se soubesse que seria mãe? É fato que muitas mulheres chorariam de alegria e algumas poucas chorariam de desespero por inúmeras dificuldades e motivos. Eu, por outro lado, não chorei. Não fiquei feliz e tampouco triste... A verdade é que me mantive indiferente, sem reações e sem repercussões na minha vida emocional. No entanto, pensei na escola, nos amigos, nas festas, na faculdade de Psicologia que sonhava cursar; pensei nas viagens, pensei em tudo que era perdido e toda seria ganho: a vida acadêmica por um fio e a bomba de criar um filho me esperavam.
     Ser mãe para as mulheres consideraras - socialmente - capazes é uma coisa extremamente difícil, imagina, então, para uma "menina" que é socialmente oprimida por ser mãe antes da hora? Infelizmente, a sociedade é cercada de preconceitos e dogmas religiosas na qual mulheres estão sujeitas diariamente... Eu não fiquei de fora. Inúmeras vezes me deparei com comentários preconceituosos (até de familiares): "nossa, mas tão cedo?", "você sabe que não está na hora", "uma criança criando outra criança" e por aí vai. Não existe preconceito apenas contra mães solteiras, existe o preconceito contra mães jovens e isso é extremamente asqueroso, arcaico e, sobretudo, insensível. Não se deve julgar uma vida que está à caminho, em formação, se deve, afinal, dar o apoio incondicional para a gestante para prevenir o impacto social e psicológico que esta gravidez irá trazer. Nesta época da vida, o lazer, estudo e prazer são priorizados de uma forma descomunal e liberativa, mas... E quem repentinamente se viu virando mãe? O que precisa ser priorizado? A fatalidade é: a prioridade precisa ser o filho, trabalhar e sustentá-lo. Sobretudo, amá-lo sem a mágoa do preconceito vivenciado pela mãe.
   A gravidez na adolescência não é nada fácil, porém, se precisa de apoio dos pais e, consequentemente, do pai da criança. Eu tive total apoio de meus familiares e do meu namorado; moramos juntos desde antes da gravidez e permanecemos firmes e fortes, relevando e esquecendo quem nos aponta o dedo para apontar falhas... As críticas, em geral, não acrescentam em nada na vida: as pessoas deveriam aprender a doar críticas construtivas invés de criticar uma situação baseando-se em sua visão/opinião pessoal.
 
O que ninguém sabe sobre ser mãe aos 18 é que somos capazes, somos mães, somos as melhores donas de casa que você já viu e, sobretudo, temos um amor puro e incondicional para dar aos nossos pequenos. O que ninguém sabe sobre ser mãe aos 18 é que embora tenhamos perdido o final da escola, a faculdade e as festas... Nós ganhamos um presente único que nos dá motivo de sobra para seguir em diante: um amor puro sem querer nada em troca.
Ter um filho não é parar sua vida, não é estagnar no tempo... As prioridades mudam, a visão e perspectiva de vida muda, no entanto, você cria e se habitua em uma nova vida.

    Eu sempre achei bobagem essa coisa que amor incondicional, de que o amor materno é o laço mais forte que existe entre duas pessoas e tudo o mais. Porém, depois do meu filho posso afirmar com convicção que a frase: "você só vai saber quando tiver um filho" é verdadeira. Se você for uma mãe jovem como eu ou, talvez, seja uma mãe mais velha ou uma pessoa que possui o preconceito contra mães adolescentes: pare, pense e reflita. O mundo não precisa de mais tristezas do que já se tem.

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